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DIAS DE FESTA

O Festival Santista de Teatro trouxe (pela 59ª vez) uma mensagem de mudança social, cuidado e empoderamento das classes marginalizadas e muita liberdade de expressão!

Entre os dias 01 e 07 de setembro foram apresentados inúmeros espetáculos de grupos e coletivos de artes cênicas de todos o país. Todos estavam unidos para dar vida, mais uma vez, à um evento necessário para a cena artística local e nacional.


Esse texto não é uma análise crítica das mostras, mas sim um diário pessoal do que vi e senti das apresentações. Vamos lá?!


1# Dia: Ops, eu não estava na abertura!


Pois bem, não consegui assistir ao espetáculo “O EVANGELHO SEGUNDO JESUS, RAINHA DO CÉU”, apresentado no Teatro Guarany e interpretado pela atriz e ativista Renata Carvalho, que realiza um importante trabalho de representatividade a artistas travestis e transexuais.


O meu amigo e parceiro de Selo Criativo Felipe Seguro, foi o responsável por marcar presença no Guarany.


Questões como o fomento ao teatro santista e a reabertura do teatro Rosinha Mastrângelo também foram colocadas pelos artistas.

Sinopse e ficha técnica:


O espetáculo reconta, no contexto contemporâneo, histórias bíblicas conhecidas, em um monólogo que traz Jesus ao tempo presente, na pele de uma travesti. Ao expor os problemas sociais e tratar de amor, perdão e aceitação, o espetáculo reflete a opressão e a intolerância sofridas pela população trans e minorias em geral. Texto: Jo Clifford Atuação: Renata Carvalho Tradução/adaptação: Natalia Mallo Direção: Natalia Mallo


Dia 2#: Vamos ocupar!


No segundo dia fui até “A PRAÇA É NOSSA”, evento que aconteceu na praça dos Andradas, a mais linda de cidade em minha opinião! O evento fortaleceu a necessidade de ocupação de espaços públicos, tema cada vez mais ignorado por governantes de qualquer região do país.


Além de muitas músicas dos “anos 90”, batalhas de MC’s e Catuabas, o evento serviu para mobilizar uma galera cada vez mais atuante na sociedade, jovens ávidos a mostrarem a sua identidade sem que alguém venha e ca*** regra para eles.


Boa ação!


A galera da organização é responsável por recolher todo o lixo ao fim da festa. Nota 10 para organização.


Organização: Coletivo Vera Verão.


Dia 3#: Partiu emissário!


No emissário submarino, foi o “CANTO PARA CAROLINA”, da Cia dos Inventivos. Peguei minha bike e fui até o local. O espetáculo trouxe uma realidade difícil de mudar em nossas cidades: desigualdade social e a exploração de políticos e empresários aos mais pobres.


Fiquei apaixonado pelo ritmo das canções que aconteciam durante alguns atos da apresentação. Carolina é uma mãe fortíssima, que faz de tudo para dar a melhor educação e instrução possível aos filhos.


Sinopse e ficha técnica:


Os irmãos João, José e Vera recebem de presente o primeiro exemplar da publicação do livro-diário “Quarto de despejo”, escrito por sua mãe, Carolina Maria de Jesus. Mergulhando no cotidiano registrado por ela, os filhos revivem suas histórias de luta por uma vida melhor. “O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer.” Carolina Maria de Jesus. Artistas criadores: Adilson Fernandes, Aysha Nascimento, Marcos Di Ferreira e Tainã Azevedo Concepção e direção geral: Flávio Rodrigues Dramaturgia em processo colaborativo com a Cia. dos Inventivos: Tadeu Renato


DIA 4#: Violinos e um belo e frio fim de tarde!


Novamente estávamos eu e Su (minha companheira de andanças) na praça do Andradas, para assistir o “QUARTETO DE CORDAS MARTINS FONTES ”. O grupo formado por 04 músicos trouxe em seu repertório empolgante, trilhas de filmes e finalizou a apresentação com “Sweet Child O’ Mine” do Gun’s n’ Roses. Bom demais!


Sinopse e Ficha técnica:


Idealizado e fundado em 1976, o Quarteto de Cordas Martins Fontes foi criado com objetivo de divulgar e aproximar a música de câmara a população. A primeira exibição aconteceu em 20 de abril do mesmo ano no Teatro Municipal Braz Cubas.


Formação:

Ulisses Nicolai e Adonai Ribeiro (violinos), Erlon Lima (viola) e Rossana Nicolai (violoncelo)

DIA 5#: Manifesto da Cadeia!


No 5º dia do FESTA fomos ao Centro Cultural Cadeia Velha para assistir ao espetáculo “MANIFESTO ARTAUD: UM GRITO NAS RETICÊNCIAS DO PARAÍSO” do Teatro Genoma de Praia Grande/SP.


O peça trouxe indagações pertinentes como a maneira que nos relacionamos e consumimos produtos, serviços e informações. Não faltou no texto críticas em relação ao nosso cenário político e social, cada vez mais degradado.


Sinopse e ficha técnica:


Inspirado nos pensamentos estéticos e filosóficos do teatrólogo francês Antonin Artaud que é colocado em cena de uma forma popular e contemporânea, para refletir sobre o teatro, a loucura, o surrealismo, a violência e o sonho, com o objetivo de popularizar este ícone do teatro mundial. Direção: Rodrigo Marcondes Elenco: Rodrigo Marcondes, Juliana Vicma, Cristiano Iana. DIA 06#: Que passeio!


No dia seguinte decidi fazer um rolê mais “leve”. Assisti ao “CIRCULAR: HISTÓRIAS DA MATA”, peça infantil que acontece dentro de um ônibus. Pois bem, assistir a uma peça em um ônibus já era uma novidade para mim, mas encontrar um cenário lúdico e muito divertido foi emocionante e inesperado!


Foi impossível não lembrar das excursões da época de escola já que boa parte da galerinha que dividiu o ônibus comigo era formado por estudantes de 10 a 12 anos. Na história, um guia leva a criançada pela mata para contar as histórias de personagens cada vez mais esquecidos pela a nossa população, como: os caiçaras, quilombolas, matutos e índios, além do Saci, é claro!


Sinopse e ficha técnica:


Idealização e concepção: Talita Berthi e Douglas Zanovelli Direção e cenografia: Edivaldo Costa Dramaturgia: Douglas Zanovelli, Cida Cunha e Edivaldo Costa Músicas e trilha sonora: Douglas Zanovelli Bonecos e adereços: Edivaldo Costa, Léo Porto e Rogério Ramos Elenco: Léo Porto e Rogério Ramos | Douglas Zanovelli e Edivaldo Costa Assistente de Produção: Cida Cunha Coordenação técnica e sonoplastia: Silésio Amorim Iluminação e motorista: Marcos Roberto Assessoria de imprensa: Rafaella Martinez Auxiliar de pesquisa de campo: Daiana Proença Identidade visual: Betinho Neto Prestação de contas: Kátia Mesquita Produção Geral: Talita Berthi Realização: Grupo Teatro Aberto e BERTHI Produção e Arte


DIA 7#: “A quem pertence essas terras?”


O meu diário acaba novamente na praça dos Andradas e de maneira que melhor representa o espaço, como muita resistência. Eu e Su assistimos ao espetáculo “TEKOHA - RITUAL DE VIDA E MORTE DO DEUS PEQUENO” do Teatro Imaginário Maracangalha do Mato Grosso do Sul/ MS. O texto conta a história de Marçal de Souza, líder indígena assassinado por um fazendeiro durante uma ocupação nos anos 1980.


O contexto trazido pelo grupo remete a eterna luta dos trabalhadores contra uma elite que resiste em tomar terras de reservas indígenas e dar péssimas condições de trabalho a população em geral. A violência acometida pela polícia militar também foi retratada, já que a corporação é o principal agente “remediador” da doença da desigualdade produzida pelos governantes.


Sinopse e ficha técnica:


O espetáculo narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. A palavra que dá nome ao espetáculo, Tekoha, tem um significado peculiar. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço de pertencimento da cultura guarani. É no Tekoha que os guaranis vivem seu modo de ser. O Teatro Imaginário Maracangalha faz da rua a representação tão sagrado aos guaranis.

Direção: Fernando Cruz Dramaturgia: Fernando Cruz e atuadores Atuadores: Estefania Martins, Fran Corona, Moreno Mourão, Renderson Valentin e Fernando Cruz Pesquisa: Patrícia Rodrigues Alegoria: Lício Castro Cenografia: Zéduardo Calegari Paulino Figurino: Ramona Rodrigues Preparação corpo em cena: Breno Moroni Produtora e contra - regra: Ana Capilé Designe gráfico: Maira Espíndola Assessoria de Imprensa: Carol Alencar Cozzati Duração 50 min. /Classificação livre


Conheci o FESTA e sua importância no ano de 2013. Acredito que muitas pessoas não fazem ideia do peso simbólico que esse evento trás à cidade, as artes e cultura regional.


O Festival Santista de Teatro é realizado como muita dedicação e dificuldade pelo Movimento Teatral da Baixada Santista, que luta para mantê-lo ano a ano.




Sobre o Autor



MARCOS VINICIUS, Gerente de Projetos Criativos

na Selo Criativo

Amante de histórias inspiradoras que já foram escritas, que estão sendo e daquelas que ainda não encontraram o autor.

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